Cancro do Pâncreas
O que é?
O cancro do pâncreas, é um dos tipos de cancro do sistema digestivo, sendo também um dos tumores hepatobiliopancreáticos (fígado, pâncreas e vias biliares).
As células exócrinas e endócrinas do pâncreas são as responsáveis pela constituição do tecido pancreático. As células endócrinas produzem hormonas, as exócrinas por seu lado produzem enzimas. No seu estado normal, estas células crescem e dividem-se em novas células, que são formadas à medida que vão sendo necessárias, a este processo chama-se regeneração celular.
Quando as células normais envelhecem ou são danificadas, morrem naturalmente. Quando as células perdem este mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu genoma (DNA), tornam-se células de cancro, que não morrem quando envelhecem ou se danificam, e produzem novas células que não são necessárias de forma descontrolada, resultando na formação de um cancro.
Ao contrário das células normais, as células de cancro do pâncreas não respeitam as fronteiras do órgão, invadindo os tecidos circundantes e disseminam a outras outras partes do organismo. A este processo dá-se o nome de metastização.
O cancro do pâncreas pode metastizar de 3 modos: invadir pelo seu crescimento os órgãos mais próximos como o estômago e o intestino delgado, descamar a partir do tumor principal dando lugar a novos tumores na superfície peritoneal atingida – implantes peritoniais ou carcinomatose peritoneal - e disseminar através de células que se libertam do tumor principal, podendo atingir outros órgãos à distância através dos gânglios linfáticos ou pela corrente sanguínea.
Prevenção
Não existem estratégias de prevenção para o cancro do pâncreas. Deverá adoptar hábitos saudáveis, como não fumar e ter uma dieta equilibrada, bem como estar atento a eventuais sintomas.
Sintomas
Os sintomas de cancro do pâncreas não são exclusivos, podem aparecer noutras doenças. O facto de ter um ou mais dos sintomas aqui descritos não significa que tem cancro do pâncreas.
O cancro do pâncreas não apresenta geralmente sintomas na fase inicial.
Deverá estar atento e consultar o seu médico se tiver os seguintes sintomas:
- dor na região abdominal, com irradiação para a região dorsal, que não desaparece quando muda de posição;
- icterícia - A icterícia traduz-se numa coloração amarelada dos olhos e pele, e pode ser causada por um tumor que esteja a bloquear o canal que drena a bílis proveniente do fígado;
- urina de cor escura e/ou fezes de cor clara;
- náuseas e vómitos;
- perda de peso sem razão aparente;
- anorexia;
- fadiga;
- perda de apetite e sensação rápida de saciedade.
Fatores de Risco
Qualquer comportamento ou condição que aumenta o seu risco de ter uma doença é um fator de risco. Se um ou mais fatores de risco se aplicarem a si, não quer dizer que desenvolverá necessariamente cancro do pâncreas. Da mesma forma, o cancro do pâncreas pode aparecer em indivíduos que não apresentem fatores de risco conhecidos.
Ainda não foi possível encontrar as causas para o cancro do pâncreas, mas alguns factores de risco são conhecidos. Os principais fatores de risco são:
Tabagismo – o fator de risco mais importante; os fumadores têm mais risco de desenvolver cancro do pâncreas que os não fumadores, principalmente os fumadores com grande carga tabágica;
Antecedentes familiares – o risco de desenvolver cancro do pâncreas é superior caso existam familiares directos (pais, irmãos) que tenham ou tiveram a doença;
Diabetes – as pessoas diabéticas têm risco aumentado de vir a ter cancro do pâncreas;
Pancreatite – a pancreatite é uma inflamação do pâncreas que provoca dor; a pancreatite crónica pode aumentar o risco de cancro do pâncreas;
Obesidade – os indivíduos obesos têm um risco ligeiramente superior em desenvolver cancro do pâncreas;
Alcoolismo – os indivíduos com elevado consumo de álcool têm risco aumentado de vir a ter cancro do pâncreas;
Profissões de risco – trabalhar nas indústrias do petróleo, metais, gás industrial e químicos.
A quem me devo dirigir?
Em caso de suspeita de cancro, devido a sintomas ou a um exame complementar de diagnóstico que apresente uma alteração, deve dirigir-se a um Gastrenterologista, a um Cirurgião Geral ou em alternativa, menos habitual, a um Oncologista.