O que é? A mastite é uma inflamação do tecido mamário, benigna, comum durante os primeiros meses de amamentação, sobretudo nas primeiras seis a 12 semanas de amamentação. No entanto, pode também surgir em mulheres que não estão a amamentar e em homens. É muitas vezes resultado de uma infeção e pode causar dor e inchaço na mama. Afeta mais frequentemente apenas uma mama, mas pode surgir em ambas as mamas. Existem dois tipos de mastite: Mastite puerperal (ou de amamentação): este tipo de infeção afeta as mulheres que estão a amamentar e é a mais comum. Pode dificultar a amamentação. Quando necessita de tratamento com antibiótico, é possível continuar a amamentar ou a retirar o leite para dar ao bebé. O leite materno contém propriedades antibacterianas que ajudam a proteger o bebé da infeção. Mastite periductal: ocorre quando os ductos do leite ficam mais espessos. O mamilo da mama afetada pode inverter e produzir um corrimento leitoso. Mulheres na menopausa ou pós-menopausa e fumadores têm maior probabilidade de ter este tipo de mastite.   Sintomas de mastite Os sinais e sintomas de mastite podem surgir de forma súbita e incluem: Dor na mama Dor ou sensação de ardor contínua ou durante a amamentação Vermelhidão e inchaço na mama Pele quente ao toque Corrimento amarelo do mamilo Sensação de mal-estar Febre Dores corporais Fadiga Arrepios   Quando consultar um médico Alguns sinais perante os quais deve pedir aconselhamento médico são: Inflamação ou infeção nas mamas que persiste Dor na mama Sintomas súbitos ou severos Riscas vermelhas no peito Leite materno com pus ou sangue Sintomas não melhoram num período de 24 horas Sintomas não melhoram após 48 horas de toma de antibiótico Ter mastite e não estar a amamentar Alterações no aspeto da mama e ao toque Corrimento do mamilo Presença de um novo nódulo   Causas A mastite é um problema comum em mulheres a amamentar e pode ser causada pela acumulação de leite e bloqueio dos canais / ductos por onde passa o leite, resultando em infeção. Isto pode acontecer, por exemplo, quando a mama não fica “vazia” em cada mamada. Contudo, mulheres que não estão a amamentar (e homens) também podem ter mastite. Além da amamentação, alguns fatores de risco da mastite são: Já ter tido mastite durante a amamentação. Mamilos e pele com fissuras. Usar um soutien muito justo ou colocar pressão no peito, por exemplo, durante o uso de cinto de segurança ou ao carregar uma mala pesada, o que pode restringir o fluxo de leite. Técnica de amamentação inadequada ou usar apenas uma posição para amamentar. Estar demasiado cansada ou stressada. Má nutrição. Tabagismo: toxinas presentes no tabaco podem danificar o tecido mamário. Danos no mamilo, como piercings ou problemas dermatológicos como eczema. Ter implantes mamários. Ter um sistema imunitário fragilizado devido a problemas de saúde como diabetes. Remover pelos à volta do mamilo com uma lâmina ou pinça.   Diagnóstico O diagnóstico da mastite é feito através do exame físico e do registo dos sintomas e sinais apresentados. Além disso, a cultura de uma amostra de leite materno pode ajudar a determinar qual o antibiótico mais indicado para cada caso específico, sobretudo em situações de infeção grave. O cancro da mama inflamatório - que é uma forma rara de cancro da mama - também pode causar vermelhidão e inchaço que, inicialmente, pode ser confundido com mastite. Para excluir esta ou outras doenças da mama, se ocorrer mastite numa pessoa que não está a amamentar, o médico poderá prescrever uma mamografia e/ou ecografia. Quando os sintomas persistem mesmo após a toma de antibióticos, pode ser necessário realizar uma biópsia para excluir outros problemas, incluindo cancro da mama.   Tratamento da mastite Quando há a confirmação de mastite, o médico poderá prescrever a toma de antibiótico oral, para combater a infeção, e de analgésicos. A infeção deverá desaparecer em dez dias, contudo, há situações em que pode durar até três semanas. Na maioria das vezes, a mastite durante a amamentação resolve-se sem necessidade de tratamento médico. Mulheres que estão a amamentar e apresentam inflamação na mama podem continuar a amamentar, começando pela mama que não apresenta sintomas, e após cada mamada, esvaziar a mama afetada, quer manualmente ou recorrendo a uma bomba. Também se pode aplicar compressas frias depois da amamentação, fazer massagem, usar um soutien com bom suporte, repousar sempre que possível e beber muitos líquidos. Algumas estratégias que podem ser aplicadas na amamentação para uma técnica mais adequada são: Evitar ter uma quantidade excessiva de leite e de forma prolongada antes de amamentar. Se necessário, extrair leite manualmente ou com a bomba entre mamadas. Tentar garantir que o bebé pega na mama de forma correta - algo que pode ser difícil em casos de ingurgitamento. Extrair manualmente uma pequena quantidade de leite antes de amamentar pode ajudar. Massajar a mama com movimentos circulares durante a amamentação ou extração de leite com a bomba, começando na área afetada e descendo até ao mamilo para ajudar à saída ao fluxo do leite. Certificar-se de que drena o peito completamente durante a amamentação. Aplicar calor húmido na mama antes de amamentar ou extrair o leite com uma bomba pode facilitar este gesto. Variar a posição de amamentação.   Prevenção Para reduzir o risco de mastite, é importante: Tratar o ingurgitamento e os mamilos gretados de forma precoce. Certificar-se de que o bebé pega corretamente na mama. Evitar roupas justas e que comprimam a mama. Evitar comprimir a mama de forma excessiva com os dedos enquanto estiver a amamentar. Não utilizar discos de amamentação ou soutiens muitos justos que mantenham os mamilos húmidos. Arejar a mama após a amamentação. Amamentar o bebé de um dos lados até que a mama esteja vazia de leite antes de trocar para o outro lado. Ir trocando a posição de amamentação para que todas as zonas da mama fiquem completamente vazias. Deixar de fumar (no caso de fumadores).
Fontes:
American Board of Obstetrics and Gynecology, julho de 2022 Cleveland Clinic, julho de 2022 Mayo Clinic, julho de 2022 NHS, julho de 2022 SNS24, julho de 2022
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